Friday, January 4, 2008

CAPÍTULO 8 - O Futuro

Quanto aos brinquedos das crianças, o autor refere a extrema importância das construções de estruturas pela sua fonte de estímulo à percepção intuitiva de conceitos da física, como equilíbrio e a estabilidade. E a capacidade de observação e concentração são postas à prova sempre que uma criança se propõe a construir um pequeno castelo de blocos. É de salientar também o sentimento de satisfação que se obtém à medida que a resolução das dificuldades se transforma de fantasia para realidade. No fundo, as actividades infantis de construção de estruturas põem em jogo níveis de experiência cognitivamente muito ricos, como é o caso do LEGO. De certeza absoluta que muitos de nós tinham uma caixinha de LEGO e que nos deixavam ocupados durante horas...

Mas a situação já evoluiu um bom bocado desde as construções de blocos, e evoluiu de um modo tal que as crianças começam a preferir as Playstations e os jogos de computador aos velhos blocos, bonecos de acção e ursos de peluche. Além disso, existe também a famosa tendência que os pequeninos têm para querer aquilo que os amigos têm. Ora se estamos na era digital, uma coisa leva a outra, existem mais crianças com brinquedos digitais, e cada vez mais crianças surgem a pedi-los.

Quanto a esta dicotomia "Brinquedos Materiais - Brinquedos Digitais" podemos identificar vantagens e limitações em ambos: Como diz Papert, não podemos abraçar um urso de peluche, nem empurrar um carrinho de brincar num ecrã, mas por outro lado, estes poderão desempenhar muito mais funções no formato digital e podem surpreender-nos com a sua complexa personalidade.

Papert prevê que, no futuro, os brinquedos ganhem mais personalidade, que essa personalidade se possa desenvolver após a aquisição do produto e que os brinquedos possam ser transportados para diferentes mundos virtuais. Entretanto, já passaram dez anos desde esta previsão e Papert não se enganou, pois isto já acontece actualmente.

Outra questão igualmente essencial debater é a necessidade de manter as competências básicas (ler, escrever, contar) mas é, também, essencial aceitar a existência de novos métodos de que contribuem para o desenvolvimento das crianças.

Para concluir, tal como Papert, sou da opinião de que a função de ensinar não compete apenas à escola. Esta deve ser dividida com a família, com os pais, principalmente. São eles os elementos fundamentais para que se mantenha um equilíbrio entre os brinquedos materiais feitos de átomos e os brinquedos computacionais feitos de bits para que os seus filhos tenham um crescimento saudável e que façam as suas aprendizagens da melhor forma possível.

CAPÍTULO 7 - A Escola

Como estudante de Ciências da Educação, é natural que este tema me desperte maior atenção. Papert questiona o facto das tecnologias se desenvolverem a um ritmo abismal e provocarem mudanças em muitos sectores do nosso quotidiano, excepto nos estabelecimentos de ensino. Eu concordaria totalmente com o autor, se recuássemos uns 10 anos, até à data em que o livro foi publicado.

Porém, quanto aos dias de hoje, tenho de discordar pois muitas escolas têm vindo a aderir ao equipamento tecnológico como suporte de ensino. É óbvio que os aspectos essenciais, como o aperfeiçoamento da caligrafia, são realmente de importância notável e NUNCA deverão ser perdidos com a evolução da tecnologia ou substituídos por esta, mas a educação precisa de acompanhar a evolução da sociedade e as crianças de hoje, têm uma íntima relação com as tecnologias. Estas mesmas crianças, quando "amanhã" forem homens e mulheres formados, vão ter de lidar diariamente com a tecnologia. Se já têm este bichinho da informática dentro deles, não faz sentido terem uma educação que foge tanto desta temática, e os pais que têm interesse em que os seus filhos aprofundem os seus conhecimentos na área dos computadores têm de os inscrever em ATL's que desempenhem estas funções que deveriam ser próprias da escola.

Papert defende que as escolas devem, cada vez mais aderir à informática, ao auxílio das máquinas no que diz respeito à transmissão de conhecimentos. Para tal, é necessária uma escala de mudança, que vá da micromudança até a megamudança.
Por micromudanlça, entendem-se as "reformas" como a utilização de processadores de texto em contextos escolares bem como a pesquisa através do computador para trabalhos de investigação. A micromudança é a que deve ser posta em prática no momento.
Quanto à megamudança, esta "define a orientação das mudanças mais pequenas", expressando um ideal.

Existem três formas que são extremamente potentes na operação do sentido da mudança, são elas a grande indústria, a revolução na aprendizagem, e a mais importante de todas corresponde ao poder das crianças. As crianças são fortes agentes de mudança na escola, apesar de o serem inconscientemente. Esta exigência inconsciente que eles fazem, de querer um ensino equiparado à sua cultura de aprendizagem exige que os professores e educadores acompanhem o ritmo desta evolução, de modo a poderem estar sempre disponíveis e a prestar-lhes o apoio necessário.

É importante que os pais exijam este tipo de condições e que batalhem por elas, pois a combinação entre os métodos tradicionais e a nova tecnologia constitui uma dupla excepcional para o processo de ensino-aprendizagem.

CAPÍTULO 6 - Projectos

Tudo à distância de um clique!!! É assim que se caracteriza a facilidade com que nós podemos encher a nossa mente de preciosos conhecimentos!! Ao fazer um simples clique, encontramos um sem-fim de respostas que constituem tudo o que precisamos de saber.

Mas nem tudo é perfeito, pois nunca temos a garantia de que a informação pesquisada é a mais fidedigna, não sabemos qual de tantos sites pode ser o que nos traz mais informação. Realmente, encontra-se tudo à distância de um clique, mas esse mesmo clique leva-nos, por vezes, ao encontro de informações tão cativantes que nos prendem e fazem com que "desperdicemos" o nosso tempo que deveria ser utilizado em contextos mais produtivos.

Quanto ao tema do capítulo - Projectos - posso afirmar que o que mais captou a minha atenção foi o modo como é definido o sentido da criação de um projecto.

O autor, na definição dos três princípios que orientam a escolha dos seus projectos, diz que os melhores projectos são os que não têm um objectivo final, ou seja, a "piada" na elaboração de um projecto está na constante perseguição de algo mais. É esse o primeiro princípio, o da atitude de ampliação.

O segundo princípio fundamenta-se na frase "o que é bom para uns, é bom para outros". E isto também corresponde à verdade se a situação for inversa: o que é mau para uns decerto que será mau para outros.

O terceiro princípio é o de que "um bom projecto familiar de utilização no computador deve ter as suas raízes na cultura das crianças". E com isto o autor quer dizer que a criança tem de sentir realmente o que faz, tem de se identificar com a actividade que está a realizar.

Thursday, January 3, 2008

CAPÍTULO 5 - A família

Este capítulo aborda a influência que as tecnologias têm, ou deveriam ter, no relacionamento familiar.
Hoje em dia, mais parece que uma criança já nasce com o instinto de lidar com os computadores. O problema surge quando elas começam a lidar demasiado com as máquinas, ocupando o tempo livre em frente ao ecrã, trocando os brinquedos por jogos de computador ou idas à Internet . Isto faz com que a maioria dos pais se preocupem (e com razão!) com o que os seus filhos fazem no computador.

O que Papert salienta, e eu concordo totalmente, é que os pais devem transformar essa preocupação, numa motivação para se unirem aos seus filhos. Encarar o computador, não como destruidor de lares, mas como um intermédio de união familiar.

A maioria dos pais não tem a noção de que podem transformar os computadores em poços de conhecimento que façam os seus filhos aprender de um modo mais suportável para eles, e não tão aborrecido. Os pais podem aproveitar a íntima relação que os filhos estabelecem com os computadores e transformá-la num processo de aprendizagem que é encarado com muito maior descontracção e interesse.

Esta ligação pais - computadores - filhos é de benefício mútuo, pois os pais que não têm tanta afinidade com as novas tecnologias também podem aprender muito com as crianças, despertando uma maior vontade descobrir novos modos de relacionamento com elas.

Penso que seja essa a principal ideia a reter neste capítulo: a de ver que o computador é muito mais que entretenimento, é uma ferramenta de tremendo potencial e que, explorada de modo correcto, é um elo de ligação para a relação pai-filho. É "um meio para construírem a coesão familiar".

Wednesday, January 2, 2008

CAPÍTULO 4 - Valores

Ora aqui está um tema que me suscita alguma preocupação... Um dos problemas que mais constantemente é posto em causa remete para a transmissão de valores, ou melhor, a FALHA da transmissão de valores.

Por valores, entende-se os relacionamentos estabelecidos, a honestidade, o materialismo, o respeito. O contacto das crianças com a Internet, com os computadores, ajuda-as a explorar a sua imaginação para a aquisição de novos conceitos e tal constitui uma vantagem indubitável.
Porém, um mau acompanhamento das crianças aquando da utilização destas ferramentes pode conduzir a uma má educação das crianças no que diz respeito aos valores enunciados.

As crianças, devido à sua, ainda, curta estadia neste mundo, são portadoras de uma certa ingenuidade, que as leva a actos por vezes inconscientes. A má utilização da Internet, pode conduzir ao acesso a sites impróprios, à transmissão de dados pessoais e para prevenir que isto aconteça, o bloqueio de sites representa uma boa solução para este problema.

A questão do materialismo também se torna pertinente, ao comparármos uma criança de nível socio-económico elevado com uma de nível socio-económico reduzido. É bastante óbvio que estas duas crianças não possuem as mesmas condições, e provavelmente a criança "rica" terá mais regalias a nível tecnológico do que uma criança "pobre". Porém, toda esta divergência se dissipa se a educação por parte dos pais não for adequada. Uma criança "pobre" que faça uma utilização correcta do seu computador, que explore as suas ideias, tendo a noção dos limites a respeitar, aprenderá muito mais que uma criança "rica" que não tem qualquer tipo de orientação sobre como utilizar correctamente um computador.

Isto para salientar que realmente uma transmissão de valores de pais para filhos, repercutir-se-á no bom comportamento que as crianças têm face aos computadores.

CAPÍTULO 3 - Aprendizagem

Este capítulo, tal como indica o título, é dedicado à aprendizagem e ao papel que a tecnologia representa neste campo.

É um dado adquirido que qualquer pai deseja o melhor para o seu filho, mas será que eles compreendem aquilo que os seus filhos necessitam? Dito por outras palavras, e transpondo esta ideia para o tema em questão, os pais censuram os jogos, a ligação à Internet, todo o contacto com a alta tecnologia por parte das crianças. Mas terão eles o bom senso de adaptar esta situação ao contexto educativo de modo a que os seus pequeninos tirem proveito da boa relação que estabelecem com a tecnologia? Infelizmente, não me parece...

A maioria dos pais tem maior tendência a seguir as regras do consumismo, comprando para os seus filhos o que parece ser mais vistoso, o que é alvo de maior publicidade, sem atentar que, afinal, a casca perfeita que cobre o produto adquirido revela algo que não aparentava ser anteriormente.

Considero que faça falta um certo aconselhamento aos pais sobre os requisitos para um bom programa de formação de crianças, formas de interagir com os seus filhos e as tecnologias e de puxar pela criatividade de modo a criar um maior estímulo ao seu processo de aprendizagem. Mas decerto que se aderirem a estes novos métodos verão resultados muito mais promissores e interessantes.

Sunday, December 30, 2007

CAPÍTULO 2 - Tecnologia

Ciberutópicos e Cibercríticos:

Segundo um ciberutópico, a Era Digital faz milagres, solucionando todo e qualquer problema.
Para um cibercrítico, a Era Digital representa um perigo para a sociedade.
Pessoalmente, não concordo totalmente com nenhum deles. Ou então, dito de outra forma, acho que as características da Era Digital, mais particularmente no campo educativo, tanto se inserem na perspectiva ciberutópica, como na cibercrítica.

A Era Digital não faz milagres, mas constitui um grande suporte ao processo de Ensino/Aprendizagem. É um dado adquirido que a introdução da tecnologia no ensino reparou algumas "falhas" como por exemplo a possibilidade de se estabelecer conferências via Internet, como se um aluno estivesse presente em sala de aula. A disponibilização da matéria leccionada em plataformas online é outra das vantajosas novidades introduzidas com a Era Digital. É mesmo pelo facto de os jovens de hoje se darem tão bem com os computadores e outros equipamentos tecnológicos que a educação através da tecnologia é uma área em expansão.

Também não acho que a Era Digital represente um perigo para a sociedade, se bem que tenho de concordar que com a liberdade que as crianças têm para explorar o seu conhecimento nos computadores, elas sujeitam-se a encontrar conteúdos inapropriados. Mas isto também parte do controlo que é feito pelos pais, uma boa educação sobre os perigos que a Internet abarca já é meio caminho andado para que no futuro as crianças utilizem correctamente a Internet.